domingo, 4 de abril de 2010

Fugindo de Mim

Sabe quando o que você mais quer é fugir? Fugir das pessoas que atraem coisas negativas. Fugir de quem te quer mal. E de todos os problemas que te cercam.

Na verdade eu queria fugir de mim, fazer um esconde-esconde por ai. Mas não posso fugir dos problemas, tampouco de mim. Apenas, posso afastar-me, e ficar inerte em meus pensamentos. Mergulhada em solidão.

Decidi ir ao lago próximo ao cemitério, pois sempre me trazia minha infância em um filme pequeno e continuo em minha mente, como flashback. Um passado não-tão-solitário.

Senti uma necessidade de visitar meus pais. Subi a colina e dirigi-me ao cemitério.

Foram horas agradáveis, pois parecia que meus pais estavam me abraçando. Eu podia sentir a presença deles. Apesar de ser só o vento me tocando. Lamentei não ter levado flores. E logo, o filme passou novamente diante de meus olhos. Fazendo uma dor se alastrar por todo meu corpo. Começou a verter lágrimas de meus olhos, por mais que eu tentasse reprimi-las.

Apesar dos anos nunca encontrei consolo e segurança em alguém. Muitas pessoas me ofereceram ombro-amigo, mas nunca encontrei alguém que pudesse ouvir todo meu lamurio. Eu não queria alguém forte, para ser meu porto seguro. Eu queria alguém que me abraçasse e dissesse palavras de sabedoria e sinceras, não apenas por educação.

Talvez, por ser fechada quando os assuntos eram sentimentos. Nunca neguei que era fria e distante. E eu estava procurando alguém que me aquecesse com seu calor humano.

Foi nessa tarde de verão, que olhei para o lado, e vi o garoto que podia me salvar da solidão. Ele estava igualmente frágil, chorando por alguém amado que teria partido.

Quando eu iria imaginar, que encontraria meu namorado em um cemitério? Um lugar tão inusitado.

Naquela tarde de verão tão longa, tão triste, tão nostálgica, e ao mesmo tempo, tão mágica e alegre. Tão contraditoriamente perfeita, encontrei a pessoa que teria a chave para abrir meu coração, e retirar toda a magoa, e preenche-lo de coisas boas.

O que realmente aconteceu naquele verão, foi que aprendi a lição mais linda da vida: Quando você deixa a porta aberta é mais fácil de alguém entrar, seja para tornar sua vida mais alegre e trazer a solução dos seus problemas, ou trazer-lhe um mar de coisas ruins. Tudo tem uma hora certa.

E ele havia chegado nessa hora. O tempo de curar as feridas. Ajudei-o e ele me ajudou, juntos superamos a dor. Passei a me entregar mais, quando se falava de amor. Virei amiga de pessoas que me queriam bem e nunca percebi, pois estava ocupada, remoendo a dor.

Com ele tornei-me melhor. Esse é o verdadeiro amor - o que te reergue, te tira do fundo do poço – não o que te afunda mais.

Todos nós precisamos de um anjo, ou uma alma gêmea, como preferirem chamar. Pois o nome não importa, mas sim, o que esse amor é capaz de fazer, e as barreiras que pode vencer.

O amor é uma vitória.

Um comentário:

Dimas disse...

*-* valeu a pena esperar quase um mês por esse texto.

Daqui a pouco eu vou ter que recorrer ao dicionário pra procurar adjetivos que possam expressar o quanto te admiro, o quão bem tu escreve.
Incrível e genial estão ficando comuns nos comentários!

Explêndido se adapta muito bem.
Continue assim!