domingo, 17 de outubro de 2010

Ausência

Eu deveria te contar o quanto pesa tua ausência sobre meus ombros? Falar-te da minha vontade de ficar imersa em nostalgia a todo instante? Lembrando-me das borboletas que voavam em meu estômago e de como eu me via encurralada, todo vez que você se aproximava. Meu coração batendo em meus ouvidos quando tua pele estava contra a minha. Um sentimento de querer e não-querer, tão puro, intenso e contraditório.

Eram tão aconchegantes teus braços em volta de mim. Quando eu estava repousada neles, eu perdia a noção do tempo, era como se todos os problemas e indagações ficassem do lado de fora depois que eu jogasse meus olhos sobre você quando chegasse a tua casa.

Eu te queria inconscientemente, de uma maneira estranha e assustadora. Eu te queria por perto, debaixo dos meus olhos. Mas ao mesmo tempo te queria distante para que a distância me provasse a solidez do que havia entre nós.

E a tua lacuna deixou rastros no começo, mas com o passar do tempo fui crescendo, aprendendo novamente a andar com as minhas próprias pernas. Acabei me tornando dona de mim de novo. Até o dia em que percebi que eu não precisava de ninguém para suprir a tua ausência e que talvez eu não quisesse preencher aquele vazio.

Eu aprendi a dar valor à liberdade, apesar de o amor ser lindo e ter quem me oferecesse, optei por voar sozinha, errar e sentir meu próprio eco em minha sala vazia. Eu sinto a tua falta, mas agora eu sei me amar.

2 comentários:

Dimas disse...

Ótimo texto!
Mais uma vez me surpreendeu, tu descreve com uma perfeição assustadora sensações do fundo de nós mesmos.

Continue escrevendo, Maura!!
^^
Abraços e até a próxima!

André Poerschke Vieira disse...

nossa...primeira vez que passo aqui e fiquei de boca aberta. Ótima postagem, uma fiel descrição deste sentimento. Ausência é doloroso, temos que aprender a superar-la. Seja sozinho ou com um outro alguém/algo.

http://umdiaentenderei.blogspot.com/