Tu és a luva e eu a mão. Por isso rezo sempre pro inverno se prolongar, porque quando ele chega é sinônimo que te tenho em mãos.
Quando a primavera se aproxima lhe aceito como uma visita indesejável, louca para lhe mandar embora. E quando é verão, fico cabisbaixa, analisando minhas mãos nuas, despidas de ti. No outono suplico aos ponteiros do relógio para que dêem voltas mais rápidas, mas eles nunca me ouvem – não sei se eu sou muda, ou eles que são surdos.
E a maior desventura é olhar a todo instante pela janela para ver se o vento está soprando forte ou se a neve está caindo lentamente e cobrindo o chão como um manto, mas nada disso acontece.
Que eternidade para chegar junho! Mas quando ele aparece, as coisas voltam para seus devidos lugares, eu encontro um eixo e meu coração se afoga nas tuas promessas de nunca mais partir, ou de fugirmos para o Pólo Norte e vivermos como escravos do Papai Noel.
Óbvio que isso é um conto de fadas que inventamos para relembrá-lo e depois suspirarmos antes de cair no sono, porque desse modo conseguimos driblar a distância e a saudade que insistem em nos nocautear durante as outras estações. Mas se o bom velhinho existisse eu não pediria uma boneca, nem uma bicicleta. Eu só pediria para ser sempre inverno.
Um comentário:
Post lindoo'
Feliz natal atrasadoo' :D
http://dapraentende.blogspot.com
bjos
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