sábado, 4 de agosto de 2012

Manhã de Sábado


Queria que você enquanto dobrasse aquelas roupas da loja da sua mãe me visse cruzando a rua pela manhã, que me visse assim mesmo, todo borrada de rímel como uma panda rechonchuda e com a cara amassada.
Confesso que às vezes deliro em silêncio ziguezagueando pela rua movimentada − e hoje não foi diferente − sonhei acordada enquanto andava lentamente. Imaginei você vindo até mim e mudando nossa história. Você correndo atrás de mim e gritando meu nome tão alto que suas cordas vocais acabariam doendo.  E você não me deixaria mais escapar. Você confessaria que me queria perto, seguraria minha mão e nós zombaríamos do mundo.
Mas na verdade, só resta você me fitando de longe, talvez rindo internamente da minha cara de maluca amanhecida e levantando as mãos para o céu dando graças que tomou a escolha certa ao dispensar essas minhas psicoses e o resto de minhas asneiras em versinhos que carrego comigo.

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