terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Anjo Dissimulado

Quando chegava a noite ele desabava em sua poltrona e consigo levava uma garrafa de vinho tinto. Analisava as rachaduras do teto e jogava suas reclamações diárias nas paredes verdes de seu quarto. Queria somente arrancar suas raízes daquele lugar imundo, quebrar todas as promessas, esquecer dos sorrisos falsos esboçados. Queria enxugar as lágrimas escorridas e cair na mão do destino. Desejava se encontrar, mas ao mesmo tempo estava à espera da perdição. Coberto de arcanos, dores e teorias. Levava uma vida meio boemia, independente e do modo mais errado possível. Pintava as portas e fechava as janelas.

Seus olhos verdes eram uma incógnita, e mesmo com qualquer artimanha ou equação era impossível decifrar. Era simplesmente um anjo dissimulado que atravancou meu caminho e que levou minha sanidade consigo.

2 comentários:

Bortoli J. C. disse...

Muito bom o seu blog!
Seguindo...

Samir disse...

Estou lhe seguindo Mara.

Em relação ao texto, posso dizer que foi muito bem redigido, de bom gosto as palavras que nele foram colocadas.



http://sem--hipocrisia.blogspot.com/