sábado, 21 de maio de 2011

Dízimo

Ontem tudo pareceu melhor. A tempestade dentro de mim havia cessado, porque eu havia encontrado um farol para iluminar a minha escuridão. O que era taciturno se rebelou. O que era amotinado se tornou calmaria.
Pela primeira vez, abri os braços para o desconhecido. Senti uma luz me envolver, fiquei estática. Troquei olhares sem medo de relevar segredos. Ele era o arcanjo que queria desvendar meus arcanos. Eu navegava em um mar de pecados e ele era envolvido de pureza.
Durante muito tempo acreditei que éramos incompatíveis. Talvez por suas outras chegadas tardias ou muito antecipadas. Mas dessa vez, eu abri a porta, apesar de ter somente a lhe oferecer rimas pobres, versos brancos e um gole de monotonia. E claro, um coração gélido. Ele aceitou meu humilde dízimo, abriu suas asas e me preencheu de luz.

6 comentários:

Vanessa Regina disse...

Dear, dear ... você é muito profunda e um grande talento! Pessoa rara. Continue escrevendo!

Samir disse...

Oi Maura, você redigi muiito bem, sempre sabendo coloca as palavras certas nos momentos exatos, resultando em mais um belo texto.

Wil disse...

Parece ter encontrado o seu caminho. Siga em frente sempre do lado do bem.
Bom domingo.

Guilherme D. Dutra disse...

Mesmo com toda Filosofia, Poesia e Ciência, sabemos que nos falta algo. Eh um vazio que sentimos sobre uma paz interior, que soh se preenche quando encontramos, não uma resposta certa, mas aquela que nos faz bem. A vida é cheia de questoes. E temos de estar sempre em busca das respostas.

Inez disse...

Ei garota você tem talento, escreve muito bem,seu texto está excelente, Parabéns.
As tempestades internas acontecem extamente para encontrarmos a luz.

Adriano disse...

adoro texto em que os silêncios entre as palavras, falam mais do que o que está escrito. o seu é assim...
abraço