sábado, 3 de dezembro de 2011

Ceifar

Eu não fujo apenas de ti, fujo do que eu sinto. É algo tão esmagador, que compressa a minha alma. Não descobri ainda o porquê disso. Esse querer constante do que nunca vou poder possuir, afinal de contas, sei que você é um pássaro que não se adapta a gaiolas.

Não nego que queria tentar te mudar, mas te gosto por inteiro. Você é essa soma de defeitos e qualidades que ora me fascina, ora me irrita. Gosto-te sóbrio, gosto-te com gosto de cerveja. E odeio-te quando te quero por perto e tu te afastas.

Tu és o homem que sobe no telhado para ver estrelas, que afaga suavemente e que tem um sorriso bobo de criança. Juro-te, que eras tu, o mar em que eu gostaria de nadar, mas essas ondas bruscas me impedem de mergulhar. Sei muito bem que meu navio não tem potencial comparado a tantos outros.

Apesar de tudo, continuarei te olhando de longe, tentando me enganar ao dizer que nada aconteceu. Espero que meus olhos nunca digam o que acabei de escrever agora. Sempre fui forte, até você aparecer, porém, não quero mais fraquejar. Preciso ceifar esses sentimentos, antes de ser ceifada por eles.

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