segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Recomendação

Fiz uma das coisas que mais abomino na noite anterior: chorei em público. Não foi um choramingar qualquer, foi o desabar de cada ilusão. Nunca soube ser silenciosa. Até o meu choro grita. Sou sempre em excesso. Exagero na dosagem, no apego e ao sonhar.
Não chorei somente pelo o que vi, mas por saber que nunca mais seria como o planejado. Não foi o álcool, nem o teu silêncio esmagador que me levaram ao pranto. Foi simplesmente tudo. Acumulei tanta coisa durante o decorrer do tempo, engoli tantos sapos, vi tantas cenas tristes.
Confesso que sábado foi uma das noites mais estranhas da minha vida. Primeiramente tive um ataque de riso demorado, depois veio o choro incontrolável e assustador. Tentei esconder a dor, mas ela estava estampada nos meus olhos. Acho que sou desse tipo que tenta tapar os piores buracos só com areia.
Amedrontei-me durante muito tempo em relação aos sentimentos e quando me deixei ser tocada por eles, minha alma acabou sendo arranhada com suas torturantes garras. Eu era totalmente cética quanto ao amor, mas você apareceu tornando tudo tão real e existente.
Agora, prometo-me nunca mais ser tola ao ver amor onde não há. Prometo-me ser ainda mais fria e distante. Prometo-me cuidar de mim. Prometo-me não deixar de sonhar alto. Prometo-me só destinar amor quando ele for bem acolhido. E acima de tudo prometo-me ser feliz apesar das circunstâncias.
Irei fazer um esforço descomunal para esquecer algumas coisas e quando eu chegar ao ponto de lembrar e não doer mais... Sentir-me-ei inteira novamente. E te agradeço por me fazer reativar meu alarme anti-babacas. Daqui para frente amor só em livros de romance. E quanto ao choro, foi uma terapia muito mais barata e prática, recomendo.

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