Ele contava
sobre sua juventude. Eu somente ria. Aqueles olhos verdes que agora
transparecem a dor, já foram causadores de inúmeras dores.
Seus trajes entregam sua situação precária, e
ressaltam minha opinião sobre como é ruim ser dependente de outras pessoas. Desde
menina o conheço assim. Seus gestos
lentos. Sua coluna arqueada. Vive no passado, se esquece do presente e talvez
nem saiba mais o que realmente significa o futuro. O que vivo me questionando é
se realmente ele sabe quem eu sou, ou se conversa comigo de modo familiar para
amenizar seu papel de louco perante eles.
Quando ele termina de contar suas
aventuras de garoto, dou um dos meus sorrisos de modo meio doído. Olho para aquela
face esculpida pelo tempo. E tenho uma leve vontade de choramingar, mas me
mantenho forte. Pois a fragilidade dele já vale por dois.
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