Eu sempre soube que teu peito era um ótimo
terreno e propício para ser um jardim. Naquelas três noites de novembro eu tive
certeza. Graças ao modo que você era capaz de olhar com ternura e pelo jeito de
afagar. Você não era o que eles diziam. Eu sempre soube e sempre preferi
acreditar na tua inocência recatada.
Eu sabia que no teu coração podia florir coisas
boas e bonitas. Realmente eu desejava ser a jardineira de tudo isso. Só que
quando percebi, ela já havia cultivado tudo o que eu desejava plantar ali. Por
muito tempo isso me entristeceu, mas ultimamente tenho pensado de um modo
diferente. Eu agradeço a ela, por ter sido capaz de escancarar esse teu lado
afável. Ela tirou aquelas pedras do caminho, preparou a terra, encheu de flores
e proporcionou tudo o que te faltava. Ela merece sentir o cheiro inebriante
dessas tuas flores.
Enquanto eu somente olho de relance, desejando
passear por entre aquelas tulipas e rosas. Quisera eu, ter mexido naquela
terra. E o que dói mais é que cheguei perto, mas nunca consegui desbravar
aquele terreno, pois sabes como sou medrosa, tive receio de invadir
propriedades privadas.
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