terça-feira, 31 de julho de 2012

Jardim


Eu sempre soube que teu peito era um ótimo terreno e propício para ser um jardim. Naquelas três noites de novembro eu tive certeza. Graças ao modo que você era capaz de olhar com ternura e pelo jeito de afagar. Você não era o que eles diziam. Eu sempre soube e sempre preferi acreditar na tua inocência recatada.
Eu sabia que no teu coração podia florir coisas boas e bonitas. Realmente eu desejava ser a jardineira de tudo isso. Só que quando percebi, ela já havia cultivado tudo o que eu desejava plantar ali. Por muito tempo isso me entristeceu, mas ultimamente tenho pensado de um modo diferente. Eu agradeço a ela, por ter sido capaz de escancarar esse teu lado afável. Ela tirou aquelas pedras do caminho, preparou a terra, encheu de flores e proporcionou tudo o que te faltava. Ela merece sentir o cheiro inebriante dessas tuas flores. 
Enquanto eu somente olho de relance, desejando passear por entre aquelas tulipas e rosas. Quisera eu, ter mexido naquela terra. E o que dói mais é que cheguei perto, mas nunca consegui desbravar aquele terreno, pois sabes como sou medrosa, tive receio de invadir propriedades privadas.

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