Os muros
pichados contrastavam com sua camisa social. Seus gestos o entregavam: não era
dali. Seu riso frouxo se propagando em meio aos burburinhos. Ele tão misterioso
e tão decifrável. Parecia sim, deslocado. E contraditório.
Passava os
dedos pelo cabelo, como se por entre aqueles fios saísse algo palpável (Uma
bussola? Um GPS? Uma esperança perdida no emaranhado de fios loiro?). Como
podia ele sorrir tão triste e ao mesmo tempo lançar olhares tão desafiadores? Seria eu a deslocada tentando preencher-me
com vãs filosofias num dia abafado depois da chuva? Seria ele o perdido no caos
que é viver?
Também tem
aquela possibilidade gritante de que talvez eu esteja analisando terceiros para
não identificar meus próprios atos estranhos. Porque observar os outros é muito
mais fácil do que essas autoavaliações que fundem a cuca e nos dissipam a
naturalidade de simplesmente ser.
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