segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Temos nosso próprio tempo

“O que foi escondido é o que se escondeu
E o que foi prometido, ninguém prometeu”

É estranho quando alguém que sumiu há uns 10 anos resolve voltar e te convidar por meio de uma amiga pra jantar. Reunião de velhos amigos. Algo blasé.
Estranho, porque da última vez que você apareceu aqui em casa, foi assim também, repentinamente.  Numa noite enquanto eu ouvia Tempo Perdido, da Legião.  Permaneceu na cidade durante uns cinco dias. Tocou violão na minha sala, riu dos meus apelidos, me contou as novidades, me roubou uns beijos e partiu.

E estranhamente a gente não se despediu.

Nem quando você foi embora pela primeira vez nos despedimos.

Lembro que eu tinha escrito uma carta, só que obviamente não entreguei. E obviamente que chorei durante meses a tua ausência, principalmente depois de ter descoberto que tu tinhas vindo à minha casa se despedir justamente na hora em que eu estava na igreja.

 Sempre foi um jogo: você fugia e eu recuava.  (Ou o destino cagava tudo)

Amor de criança, como um esconde-esconde.

Essa história cheia de buracos. Repleta de falhas. E sem um ponto final. Não apareci para a janta. Inventei mil desculpas pra não remexer no passado.  Mas fiquei feliz de saber que você está bem e que ainda lembra de mim.


Quem sabe daqui uns 20 anos você volta e vamos tomar uma cerveja

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