sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Brinde às fugas e encontros existenciais!



Tenho pensado muito em fugir. Por favor, não me leve a mal. Só estou meio perdida nesse ciclone que volta e meia surge em minha vida. Quero fugir de ti. Não dar satisfações. Quero me calar por um tempo. Esconder-me nas gigantes montanhas de incertezas que me cercam. Te olhar de longe e rir. O riso mais cínico e dolorido. Rir do papel de idiota que sempre é interpretado por mim.
Não sei se é a vodca. Não sei se a fumaça do cigarro que enuviou meus pensamentos. Só sei que estou aqui, à mercê do caos, naufragada em gelo e dúvidas, desempenhando meu papel dramático de sempre.
Daí eu lembro-me daquelas coisas lindas que tu me escreves. Dos beijos castos. E também dos beijos que como pólvora tu espalhas por meu corpo desnudo. Dos teus afagos. Da tua gentileza. Das tuas poesias que me versificam perfeita. Dos teus olhos que me espelham. Do teu cheiro que me impregna. Do teu medo de ser imperfeito. Da tua voz que me toca n’alma. Da tua confusão em meio ao meu mar de palavras sem sentido. Lembro-me das minhas marcas em tua pele. Dos teus lábios que ora proferem coisas demais, ora nada proferem quando desejo ouvir. Das tuas mãos que me mapeiam. Da tua barba que roça meu pescoço. Do frio do teu corpo sob um sol escaldante. Pronto! O parágrafo em que te admito é maior que os outros.
Aqui está novamente esse sentimento que me inquieta. Esse sentimento que percorre minhas veias, como quem passeia por becos escuros, nunca achando uma saída. Peço-te que desconsidere a primeira parte desse texto amador. A pontuação errônea. O meu sentimento errôneo. Meu coração que espanca. Minha mente que grita esses delírios tolos nesse papel branco. Continuo querendo fugir − não mais de ti – mas desses fantasmas que me batem a porta, sempre querendo minha felicidade em troca. Quero fugir desse meu sensor que apita sempre que vê um rastro de felicidade se esparramar. Quero fugir de tudo que me liga à infelicidade e seus derivados. Quero me prender na tal de alegria que rodopia ao teu redor. 

Nenhum comentário: