Esse encontro casual
que ocorreu, eu dispensava. Justamente agora, nesse meu momento de convicção,
do qual eu estava cheia de tantas certezas. Você, estopim das minhas dúvidas,
não deveria ter cruzado o meu caminho.
Por segundos,
eu te cravava os meus olhos, retomando o mapeamento antigo do teu corpo. E bonito foi o instante seguinte: os meus
olhos nos teus, os teus olhos nos meus. Como se tudo fosse simples.
A minha vontade de chorar teus erros sob o sol
escaldante dessa sexta-feira era enorme. O meu desejo de te estapear e depois
te cobrir de carinhos era gigantesco. Ah... Essas vontades contraditórias que
me tomavam por inteira quando eu estava ao teu lado.
Eu me encolhi.
Desejei cavar um enorme buraco para me esconder do desconforto causado pelo
momento. E o meu jeito, ou melhor, minha
enorme falta de jeito me entregou. Eu não soube como agir. Apenas balancei
nervosamente minhas pernas. Contrai os lábios, querendo dizer algo, mas me
mantive calada. Parti silenciosa, assim como cheguei.
Tudo tão efêmero,
mas que volta e meia ressurge. Esses minis-baques, dos quais nunca me acostumo.
Juro que tento esmagar esse sentimento, como quem dá chineladas em uma barata
nojenta. Mas parece que o bicho tem setes vidas, mesmo não sendo gato.
3 comentários:
''E bonito foi o instante seguinte: os meus olhos nos teus, os teus olhos nos meus. Como se tudo fosse simples.''
Ah, depois desse texto... Tu é uma das minhas escritoras favoritas. Já te admirava antes, agora admiro mais.
Ah, Hellen! Sem exageros, menina. rs
Obrigada por ler meus escritos.
Saiba que me identifico muito com o que tu escreves, e que por sinal, são coisas bonitas.
No momento em que li: "Você, estopim das minhas dúvidas, não deveria ter cruzado o meu caminho." - foi o suficiente pra ter curiosidade de termina-lo sabendo que ia me identificar haha Dito e feito. Parabéns, muito lindo.
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