sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

7 vidas


Esse encontro casual que ocorreu, eu dispensava. Justamente agora, nesse meu momento de convicção, do qual eu estava cheia de tantas certezas. Você, estopim das minhas dúvidas, não deveria ter cruzado o meu caminho.  
Por segundos, eu te cravava os meus olhos, retomando o mapeamento antigo do teu corpo.  E bonito foi o instante seguinte: os meus olhos nos teus, os teus olhos nos meus. Como se tudo fosse simples.
 A minha vontade de chorar teus erros sob o sol escaldante dessa sexta-feira era enorme. O meu desejo de te estapear e depois te cobrir de carinhos era gigantesco. Ah... Essas vontades contraditórias que me tomavam por inteira quando eu estava ao teu lado.
Eu me encolhi. Desejei cavar um enorme buraco para me esconder do desconforto causado pelo momento.  E o meu jeito, ou melhor, minha enorme falta de jeito me entregou. Eu não soube como agir. Apenas balancei nervosamente minhas pernas. Contrai os lábios, querendo dizer algo, mas me mantive calada. Parti silenciosa, assim como cheguei.
Tudo tão efêmero, mas que volta e meia ressurge. Esses minis-baques, dos quais nunca me acostumo. Juro que tento esmagar esse sentimento, como quem dá chineladas em uma barata nojenta. Mas parece que o bicho tem setes vidas, mesmo não sendo gato.

3 comentários:

Helen Ferreira disse...

''E bonito foi o instante seguinte: os meus olhos nos teus, os teus olhos nos meus. Como se tudo fosse simples.''

Ah, depois desse texto... Tu é uma das minhas escritoras favoritas. Já te admirava antes, agora admiro mais.

Autora da História disse...

Ah, Hellen! Sem exageros, menina. rs
Obrigada por ler meus escritos.
Saiba que me identifico muito com o que tu escreves, e que por sinal, são coisas bonitas.

Unknown disse...

No momento em que li: "Você, estopim das minhas dúvidas, não deveria ter cruzado o meu caminho." - foi o suficiente pra ter curiosidade de termina-lo sabendo que ia me identificar haha Dito e feito. Parabéns, muito lindo.